quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sorvete de Chocolate "Gourmet"


A Patisserie Douce France é uma confeitaria no sentido antigo e francês da palavra, pois não vende só "confeitos", mas, também, chás, pães, salgados, sorvetes e, claro, doces e chocolates.



Não tem muitas opções veganas, pois a culinária francesa manda ver nos laticínios e ovos nos doces, e nos pratos salgados comem praticamente todos os animais e os produtos deles derivados.



Mas dentre as opções veganas que a Douce France serve está um deliciosíssimo sorbet de chocolate amargo. Sorbet é o sorvete feito sem leite, e que geralmente é de frutas, especialmente as mais ácidas ou cítricas, como abacaxi, maracujá e limão.



Aqui a Douce France criou um sorbet de chocolate amargo que é, essencialmente, pra gourmets. Sim, não espere um sabor de chicabon ou de chocolate ao leite. Aqui o que se tem é aquela grandiosidade monumental do chocolate em estado degustativo puro, sem atenuação de seu sabor misteriosamente amargo por excessos se açúcar.



Na verdade, mal se percebe que o sorvete é doce, pois o açúcar foi usado com uma economia incrível, criando uma nuance mínima, que só acentua o sabor de cacau torrado do sorvete.



Como a própria Douce France diz, seus produtos são feitos todos com ingredientes naturais, sem conservantes nem nada, então o resultado é que esse sorbet derrete bem rápido, e o choque de sabor que ele provoca na boca - um amargor levemente adocicado numa versão gelada e cremosa - some se você demora muito pra degustá-lo e deixa derreter o sorvete.



Assim que eu digo que é uma opção de sorvete de gourmet, e não só pelo fato de ser um sabor difícil, que não é facilitado por açúcar ou gordura em excesso, mas, também, pelo fato de ser mais caro do que a média dos sorvetes veganos em São Paulo. Acho que o preço de uma bola é em torno de R$ 10,00.



Serve pra se conhecer um sabor novo, praqueles que são veganos curioso. E serve pra impressionar gente chata que acha que comida vegana é tosca, malfeita ou sem luxo. Sim, pois o lugar é chiquérrimo, frequentado por gente endinheirada, então se quiser botar uma banca em alguém ou convidar o gato ou gata pra impressionar, esse é o lugar.


Acho que tem outras opções veganas, como um sorbet de pitanga numa tacinha de chocolate amargo (o nome é Berimbau, e é o da foto), e os macarrons, que eu comia antes, mas parei achando que não são veganos. Como aqui eu só posto aquilo que provei, falo desses outros numa outra chance que apareça de ir lá e provar.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Massas Veganas Chinesas!


Por indicação de um amigo - Mandioca, do blog manihot - fui comer neste restaurante chinês da Liberdade, o Rong He (Rua da Glória, 622-A, Liberdade, T.: 3275 1986).



Já tinha lido sobre ele numa edição do suplemento Paladar do Estado de São Paulo sobre restaurantes orientais da Liberdade que fogem do estereótipo peixes-yakissoba-sushis.



E a surpresa foi fantástica. Como o blogo do Marcelo Katsuki diz, o Rong He é especializado na cozinha do Norte da China, dando ênfase às massas, como macarrões, pastéis e guiozas.



As opções veganas estão numa seção do cardápio que é de pratos vegetarianos. Mas tem que prestar atenção, claro, pois nem todos os pratos vegetarianos lá são veganos. Os garçons - especialmente as simpaticíssimas Lau e Diana - explicam tudo com paciência, e podem dizer quais pratos contém ovo ou não.



As massas deles são feitas lá mesmo, e esse é o diferencial do Rong He em relação a outros restaurantes: a cozinha deles é o lado das mesas, e por um vidro se vê a preparação da massa, que é feita na hora, com farinha, óleo, água e sal, e levada para o cozimento para o prato pedido.



Eu recomendo, mesmo assim, que não se chegue muito tarde, já que o restaurante fecha às 22:30, e da primeira vez que fui tive que comer massa seca, ou seja, previamente preparada, e não fresca. Estava muito bom, claro, mas a massa fresca é melhor.



De opções veganas que eu comi, sugiro como entrada o amendoim com vinagre chinês, que é amendoim torrado sem sal banhado num vinagre aromático adocicado. Depois, como pratos principais, um dos salgados - ou pastel de vegetais, que é assado e tem acelga, cebola, alho-poró e macarrão de arroz (não muito salgado, mas pode ser temperado com shoyu) ou então guioza grelhado, que tem o mesmo recheio - e uma massa.



As massas que comi são deliciosas - já provei umas 4 nas vezes em que fui -, mas a campeã é do macarrão de arroz picante (acho que o número do cardápio é 106). É uma massa grossa, com o formato de um nhoque não cortado, longa, de arroz moti, que é aquele arroz oriental mais grudento. Ela vem num molho apimentadíssimo com pedaços de uma alga escura e tecos de presunto vegetariano. O molho de pimenta é bem forte, então quem não aprecie muito a "picância" pode pedir pra amenizar a pimenta. Esse macarrão é campeão, ele é grudento mas vai derretendo na boca, e a mistura desse sabor meio base dele com o condimentado do molho e do presunto faz uma combinação mágica.



Nas sobremesas não tem muita opção, mas a que tem é deliciosa: um sagu com leite de côco e bolinhas de melancia. Uma delícia, uma explosão de frescor depois de toda a comida condimentada da refeição principal. Mas deve se pedir que essa sobremesa seja "veganizada", pois o prato original tem leite condensado.



O preço de uma refeição pra um comilão como eu foi de aproximados vinte reais, divididos, incluindo bebida. Acho que se a pessoa for comer sozinha deve pedir um prato só, já que as porções são hiper generosas.